A textura e brilho dos objetos podem fazer com que a cor mude de aparência. Isso ocorre porque a característica superficial do objeto afeta diretamente como os comprimentos de onda da luz refletem e como os nossos olhos percebem sua aparência. Para avaliar e controlar a cor e a aparência de suas amostras de forma mais eficiente, visando atender às suas especificações, é necessário entender como a luz interage com as várias condições superficiais e como essa interação afeta a aparência da cor.
A influência das condições superficiais na cor.
A cor é percebida quando a luz reflete de um objeto e estimula os cones de nossa retina. Esses cones enviam mensagens ao nosso cérebro a todo momento enquanto estamos acordados ou com os olhos abertos, traduzindo em cores o que vemos à nossa frente. Existem duas formas como a luz é refletida de um objeto, sendo conhecidas como reflexão especular e reflexão difusa; cada uma delas afetando como o olho humano percebe a cor dos objetos.
Reflexão Especular: Quando uma bola é lançada em uma parede ela pode saltar no mesmo ângulo em que foi lançada, porém em sentido contrário. Com a reflexão especular, a luz age da mesma forma – em ângulo igual e posição oposta (ver figura 1). Essa reflexão de luz ocorre mais intensamente em superfícies brilhantes, fazendo a cor do objeto parecer mais saturada e vivida.
A aparência da cor de um objeto depende em grande parte das condições de sua superfície, do ângulo no qual a luz é refletida para o olho e da intensidade dessa reflexão nesses ângulos. Um objeto com superfície brilhante parecerá mais saturado ao olho humano que um objeto fosco porque a reflexão especular da luz é muito mais intensa que a reflexão difusa. Durante a formulação ou avaliação da cor de uma amostra é importante lembrar:
- Superfícies com alto brilho: Causam grande reflexão especular da luz e pouca reflexão difusa, resultado em cores mais saturadas ou vivas.
- Superfícies semi brilhantes: Causam uma mistura de reflexão especular e difusa da luz, resultando em cores mais claras e menos saturadas.
- Superfícies foscas: Causam grande reflexão difusa da luz e pouca reflexão especular, resultado em cores menos saturadas.
Medição de cor: Componente Especular Incluído ou Excluído?
Um objeto brilhante de cor azul parecerá mais saturado enquanto um objeto fosco com exatamente a mesma cor azul terá uma aparência menos saturada. Apesar da cor ser a mesma em ambos os objetos, ainda assim, sua aparência é diferente. Alguns instrumentos de medição de cor, incluindo os espectrofotômetros, podem quantificar a cor “real” ou a aparência do objeto, para ajudar os usuários a controlar sua cor e aparência. Isso é feito através dos modos de medição do instrumento como SCI – Componente Especular Incluso e SCE -Componente Especular Excluso.
O modo SCI normalmente é utilizado para medir a cor “real” dos objetos. Esse tipo de medição inclui ambas as reflexões da luz, especular e difusa, não permitindo que qualquer condição da superfície afete os resultados. Se medirmos os dois objetos azuis mencionados acima, o modo de medição SCI fornecerá os mesmos resultados de cor para ambos os objetos. Esse modo é ideal para a formulação de receitas de cores e para atender a padrões de qualidade de forma mais efetiva.
O modo SCE é tipicamente utilizado para medir a aparência da cor de um objeto. Esse tipo de medição exclui qualquer tipo reflexão especular da luz, tornando-o mais sensível às condições superficiais. Se medirmos os dois objetos azuis mencionados acima, a medição em modo SCE fornecerá valores diferentes de cor para cada objeto. O objeto brilhante cairá em uma região mais escura e saturada do espaço de cor e o objeto com superfície áspera cairá em uma área mais clara e menos saturada. Esse modo é mais frequentemente usado em avaliações de controle de qualidade que visam assegurar que a aparência dos produtos se mantenha consistente.
